Decidi falar sobre estes dois conceitos, porque geralmente eles são muito confundidos, sobretudo no seio dos empreendedores.

Então vejamos, como podemos considerar uma dívida?

Num conceito simples podemos definir dìvida como uma quantia de dinheiro que se tem de pagar a alguém ou instituição, ou seja uma obrigação que deve ser cumprida, visto ser a contrapartida de um emprestimo em que a pessoa devedora foi beneficiada.

Normalmente, ao pagamento de uma dívida está sempre associado o pagamento de juros, que é considerado o preço do dinheiro emprestado. 

Quanto ao investimento tem a ver com uma aplicação de dinheiro com a expectativa de se obter um benefício futuro.

Aqui vou me debruçar sobre o investimento produtivo – que se realiza quando se espera que a taxa de lucro sobre o capital investido, supera o capital investido.

Em finanças também podemos falar de investimento financeiro – que está relacionado a uma área específica das finanças pessoais. Sendo que, neste tipo de investimento estamos perante aplicações financeiras ligadas aos activos financeiros.

Hoje o nosso objetivo está direcionado a falar sobre o investimento produtivo, que tem como principal objetivo expandir a sua atividade dentro de uma economia, se assim podemos considerar. 

Então, para um melhor entendimento, e perceber porque é importante falarmos sobre a diferença entre dívida e investimento, vou contar uma pequena história do que aconteceu ao João.

Bem, o João é um jovem empreendedor que, para pôr em funcionamento a sua pequena startup, recorreu a um empréstimo ao banco. Este tipo de empréstimo pode exigir algumas garantias, no caso do João, deu como garantia a sua casa.

As expectativas eram muito elevadas quanto aos lucros da empresa, visto estar sobre pressão por parte do banco em pagar o seu emprestimo.

Às vezes, quando pomos pressão e expectativas muito altas num determinado projecto, as coisas podem não funcionar como o esperado.

E no caso do João não foi diferente, o negócio não correu como o esperado, e as vendas eram baixas e não satisfaziam as suas expectativas. Com o passar do tempo acabou por entregar a sua casa ao banco, considerando como última oportunidade para salvar a empresa. 

Bem, muito claramente estamos perante uma situação em que o João confundiu os conceitos de dívida e de investimento, e como tal, perdeu a sua casa e também acabou por perder a sua empresa.

Em economia, podemos considerar investimento como uma aplicação de capital com a expectativa de um benefício futuro.

No caso do João, Porquê que não podemos considerar um investimento?

Para ser considerado investimento, teria de ser uma aplicação com capital próprio. Ou seja, para o João considerar a sua aplicação um investimento teria de aplicar o seu capital e não o capital do banco. A partir do momento que ele faz um empréstimo ao banco, tem de considerar como uma dívida. 

Este tipo de procedimento, recorrer a uma instituição bancária para aplicar na sua empresa, é um tanto arriscado.

Agora, se o João tivesse capital próprio superior ao do empréstimo, já não poria a sua casa em risco, nem mesmo a sua empresa.

Às vezes a confusão de conceitos, a falta de conhecimento do funcionamento as instituições financeiras, e as grandes expectativas muito elevadas que se tem em relação aos negócios, podem gerar fracasso ao invés de sucesso, que é o que se espera em relação aos investimentos.

No caso do João, se ele percebesse muito bem a diferença entre investimento e dívida provavelmente não poria em risco a sua casa nem a sua própria empresa. 

Em suma, um investimento tem como finalidade obter um benefício, preferencialmente com capitais próprios.

Por outro lado, uma dívida é uma obrigação que normalmente está associado o pagamento de juros. Se não tiver cautela, uma dívida de longo prazo pode transformar-se numa renda perpétua em benefício dos credores. 

Obrigada pela escolha!

Maria Teresa Eduardo