O Défice Orçamental e os Tempos de Crise
Aqui vamos analisar até que ponto o défice orçamental pode ou não ter um impacto positivo ou negativo nas finanças pessoais.
Um défice Orçamental pode ser provocado pelo aumento dos gastos excessivos do Estado. Este aumento pode ser por via de prestações sociais ou por via da administração pública.
O défice orçamental ocorre quando as despesas superam as receitas. Neste caso, estamos a falar do défice das contas públicas do Governo.
No contexto macroeconómico, o défice em conta-corrente da balança de pagamentos reflete a diferença entre a poupança total e o investimento total do país.
Para simplificar, o saldo negativo surge quando um Governo gasta mais do que ganha durante um período de tempo, normalmente um ano.
Ainda perante o cenário de pandemia, tempos de crise, após a publicação das contas públicas, verificou-se que o défice orçamental em vários países da Europa, conforme se adivinhava é uma realidade.
Esta consequência da crise, foi tudo graças ao aumento da despesa pública e redução da receita por motivos vários.
A Receita Fiscal e a Despesa Pública
A diminuição da receita fiscal deveu-se em grande parte ao facto de as empresas reduzirem a produção, por um lado.
Por outro lado, o confinamento devido ao estado de emergência e de calamidade, e as restrições que culminaram a uma grande redução das exportações.
Um cenário idêntico em muitos países. Ainda assim, a redução dos impostos pagos ao estado também contribuíram para a redução das receitas.
O crescimento da despesa era expectável, devido aos apoios às famílias terem aumentado, a aquisição de equipamentos na saúde e a contratação de novos funcionários para o sector.
O aumento da despesa pública deveu-se também aos apoios sociais suportados de vária ordem. E como não podia deixar de ser, o aumento do desemprego contribuiu também para o aumento da despesa.
O défice orçamental que se verifica nas contas públicas, reflete claramente o impacto dos eventos causados pela crise devido à pandemia.
O Défice Orçamental e o Comportamento do Consumidor
Notícias sobre o défice orçamental nas contas do Estado, pode influenciar o comportamento do consumidor?
Notícias sobre o défice orçamental pode causar mudanças no comportamento do consumidor e expectativas sobre o futuro.
É importante perceber que notícias sobre crises, mercados financeiros, Governo e políticas do Governo têm um grande impacto no comportamento do consumidor.
Este impacto no comportamento do consumidor tem consequências nas suas tomadas de decisões.
O sentimento do consumidor reflete o comportamento, e as suas expectativas desempenham um papel importante na condução das flutuações do ciclo dos negócios.
Qual o impacto do Défice nas finanças pessoais?
Alguns economistas defendem que o défice faz aumentar a procura agregada. Entenda-se procura agregada como a procura de bens e serviços para um determinado nível de preços.
Esta procura depende da quantidade de moeda em poder das famílias, da despesa e dos impostos. Outras opiniões, acreditam que o défice orçamental pode mesmo fazer aumentar os impostos e uma inflação elevada pode ser inevitável.
O medo e a incerteza desencadeiam no consumidor comportamentos que podem adivinhar uma desaceleração económica. Um dos efeitos da desaceleração da economia é o desemprego.
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Contudo, os Governos podem aumentar os gastos, com empréstimos à economia para as empresas e para os investidores no sentido de compensar a desaceleração da actividade económica.
Assim, compensa aumentar os gastos do consumidor no sentido de estabilizar a procura agregada.
O comportamento do consumidor é determinante e desempenha um papel importante para gerar resultados.
O aumento do consumo futuro depende das expectativas do consumidor. Contudo, as notícias desempenham um papel significativo e direcionamento das expectativas dos consumidores.
Para as famílias neste momento, por exemplo as notícias sobre o défice orçamental pode fazer com que elas atualizem as suas expectativas quanto ao aumento dos impostos.
Este tipo de eventos faz com que as famílias, sobretudo as mais informadas, tomem decisões e posições no sentido de avaliarem e atualizarem as suas trajetórias futuras.
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As atualizações das trajetórias podem alterar os seus planos, nomeadamente os de consumo.
Assim, esta alteração no consumo faz com que as famílias passam a consumir menos e a reduzir os gastos.
O défice pode afectar o comportamento do consumidor e as consequências nas Finanças Pessoais são inevitáveis.
Logo, é preciso que as famílias tenham em atenção:
- reduzir os gastos;
- reduzir os contratos de serviços dispensáveis
- evitar endividar-se
- adiar alguns projetos pessoais
- reforçar a reserva financeira
Tudo, no sentido de reduzir o impacto do défice orçamental nas finanças pessoais.
Analisar um Cenário Diferente
Num cenário em que o Governo aumenta o consumo e o investimento, pode estimular a procura agregada, o que poderá apresentar melhorias e fazer com que o desemprego diminua.
Estas condições favoráveis à economia, como aumento do investimento público pode fazer aumentar a confiança do consumidor.
Mas, o consumidor mais atento pode perceber que as condições económicas esperadas, embora faça melhorar a confiança do consumidor, percebe que o aumento de gastos públicos atual terá de ser financiado no futuro.
O aumento dos gastos do Governo no presente, embora possa melhorar a confiança do consumidor, no futuro terá de ser financiado e suportar um aumento da carga fiscal.
Vai estar em causa a sustentabilidade da dívida pública futura, o que poderá pôr em causa as condições das finanças pessoais, em consequência de um aumento dos impostos.
O aumento dos impostos pode fazer diminuir a confiança do consumidor no futuro. É preciso fazer uma avaliação, se a situação for perante um clima de crise idêntica a que estamos a atravessar.
Tudo vai depender da realidade e do estado da economia, para justificar ou não a confiança do consumidor perante uma situação de défice orçamental.
A confiança do consumidor é que impulsiona o consumo ou não na economia.
O aumento dos impostos no futuro pode ser inevitável.
Obrigada pela escolha.
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Maria Teresa Eduardo